As
proibições na Umbanda
Algumas proibições são válidas, algumas se tornaram populares, mas carecem
de fundamento.
Citaremos algumas mais importantes e conhecidas que aceitamos como
verdadeiras:
- As oferendas deverão ser entregues a partir das sete horas da noite ou
pela manhã, antes do sol firmar-se no céu, com excepção a Oxalá e Ibeji que
aceitam em dia claro. Nunca deverão ser entregues a partir da meia-noite,
quando se nota maior acúmulo de entidades perturbadoras à procura de encarnados
dedicados aos prazeres mais inferiores.
- Nada será despachado durante a chuva. Podem ser entregues nas estiagens,
nas horas em que a chuva passa.
- Na lua minguante são entregues os trabalhos destinados a diminuir ou
acabar com algo, como doenças ou vícios, dias esses com poderoso influxo
magnético lunar de retracção. Nos dias de lua cheia ou crescente, para
trabalhos de crescimento, tais como os destinados a melhoria no trabalho,
estudos, amor e saúde. Na lua nova não recomendamos, pois já é sentida a
Influência da passagem da lua minguante.
- O respeito à Natureza é um dos atributos do umbandista. Em respeito aos
Orixás e manutenção de seus locais, jamais deixe lixo de qualquer espécie após
as oferendas, como sacolas, papéis, embalagens, com excepção de garrafas de
vidro.
- Escute sempre a entidade que solicita a oferenda. Orientarão se preferem
bandejas de papelão ou potes de barro, louça, que tipo de flor, quais as cores,
quantidades, etc.
- Tanto consulentes quanto médiuns devem se abster de ingerir, nos dias de
trabalho, bebidas alcoólicas, comidas picantes, excesso de carne vermelha e,
dentro do possível, evitar discussões e agitações de toda a espécie. Já falamos
de entidades, principalmente do Oriente, que não admitem o consumo de carne de
gado, porco ou carneiro pelo seu médium no dia de trabalho. Incluem-se aqui
também nesses itens o excesso de café, chás e chocolates.
- Todos os itens da oferenda deverão ser comprados por quem os oferece,
sem nenhuma excepção. Como dizem as entidades, tudo deve ser “chorado” e não
pago por outrem.
- O local escolhido não poderá ter outras oferendas ou ter havido
agitações ultimamente, com excepção das encruzilhadas que são muito ocupadas.
- Cumprimente o local e as entidades que ali trabalham e estão assistindo
à entrega, e saia respeitosamente, em silêncio, não se voltando para trás.
- Por deixarmos imantados os objectos com nosso toque, a mulher menstruada
não deve preparar ou oferecer nada, por estar eliminando nesses períodos cargas
negativas expelidas com o sangue.
- Não ofereça bebidas geladas.
- Tudo deve ser aberto, desenrolado, inclusive balas.
- Pode-se acender ou não cigarros e charutos. A caixa de fósforo deve
ficar ao lado, aberta.
- Os Orixás não se preocupam com a quantidade de itens oferecida, mas sim
com o axé mínimo para a troca fluídica e o valor da intenção do pedinte.
- Peça justiça, nunca o mal de alguém. A Umbanda não admite trabalhos
voltados para o lado da Quimbanda.
- Os vinhos a Ogum costumam ser tintos e secos. Os de Pretos-Velhos,
rosados e suaves. Mas tudo isso é muito variável, como já foi dito, de acordo
com a solicitação feita. Se oferecida a toda a falange, aí sim cabem os itens
mais comuns a qualquer uma.
- Procure banhar-se, se possível, com banhos de descarga, na entrega e na
chegada das oferendas.
- Não use cores escuras nas roupas, inclusive os consulentes, nos dias de
receber passe, quando deverão ser orientados no local.
- Não devem ser comidos ou provados os itens da oferenda. O que foi
preparado deve ser entregue e, se sobrar, posto fora.
- O centro das encruzilhadas é um verdadeiro redemoinho magnético,
geralmente de forças perturbadoras. Procure evitar cruzar o local em diagonal.
Atravesse de calçada a calçada.
- Os despachos (oferendas a Exu) devem ser entregues em um dos quatro
cantos da encruzilhada. Alguns trabalhos, com a devida orientação, constam
também no centro. Nunca faça, sem o devido preparo e aval das entidades, tais
oferendas. Limite-se a velas, charutos e cachaças.
- As ervas devem ser frescas, se possível, e nunca demasiadamente
fervidas.
- Na Umbanda, não há proibições do tipo não cortar o cabelo porque o Orixá
não gosta, usar esta ou aquela coisa, ou outras observações presentes em outras
linhas de trabalho. Há maior flexibilidade nessas questões.
(fonte:”Desvendando a Umbanda”, de Miriam de Oxalá)
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