Valquírias (Valkyrja, Valmeyjar, Valkrjur, Alaisiasae, Idisi) - “As Deusas
Guerreiras”
Consideradas assistentes de Odin, as Valquírias eram descritas como jovens bonitas, altas, fortes e guerreiras, que serviam comida e bebida para Odin e para os espíritos dos guerreiros mortos em combate, cuidadosamente escolhidos para compor a guarda pessoal de Odin. Quando não estavam cuidando dos feridos nos campos de batalha ou levando almas para os salões de Valhala, as Valquírias supervisionavam as batalhas de Midgard (o mundo dos homens) e protegiam seus guerreiros favoritos.
No entanto, existe um
significado muito mais profundo e antigo na verdadeira natureza e nos reais
deveres das Valquírias, cuja simbologia é das mais complexas na mitologia
teutônica. Elas não só acompanhavam os espíritos guerreiros mortos, mas
escolhiam, antecipadamente, quem iria ganhar ou perder a batalha. Seu nome
significava “as que escolhiam os mortos” e, mesmo quando era o próprio Odin que
pedia às Valquírias para levarem um determinado herói ao seu salão, nem sempre
elas o atendiam. Eram conhecidas como protetoras dos guerreiros por elas
escolhidos e discordavam abertamente das ordens de Odin. Mitos mais recentes
descrevem a eventual punição e Valquírias rebeldes; porém, os mais antigos relatam
que a vontade delas sempre prevalecia.
Quando uma Valquíria
escolhia um mortal como seu favorito, ela o protegia sempre, ensinando-lhe
também as artes mágicas e permanecendo como guardiã por toda a vida. As
Valquírias tinham o dom da profecia e, às vezes, mostravam em sonhos ou visões
os perigos que os protegidos deveriam evitar. Aqueles que soubessem o nome de
uma Valquíria específica poderiam chamá-la, pois ela sempre aparecia, para
proteger ou ensinar.
Seus nomes eram Brunhilde
(malha de aço), Geirahod (flecha), Göll (grito de batalha), Gunnr (luta),
Göndul (bastão mágico), Herfjötur (algemas), Hildr (batalha), Hlökk (tumulto),
Hrist (terremoto), kara (voragem), Mist (névoa), Randgridr (escudo), Reginleif
(herança dinina), Svana (golpe), Rota (turbilhão), skeggjöld (machado de
combate), Sigdrifa (raio de vitória), Sigrun (vitória), Radgridr (conselho de
paz) e Thrundr (poder). Outras fontes mencionam também Alvtr, Geirabol, Goll,
Hladgudr, Herja, Judur, Ölrun, Prudr, Reginleif e Svipul. As líderes eram
Gundr, Rota e a Norne Skuld (”a que está sendo”); o grupo podia ser composto de
nove, treze ou vinte e sete Valquírias.
Às vezes, as Valquírias
podiam aparecer metamorfoseadas em cisnes ou corvos. Consideradas as filhas de
Odin com Erda (ou Jord), elas era subordinadas à Freya e às Nornes,
assemelhadas à Fylgja e às Disir e atuavam como entidades protetoras. O maior
desejo de um iniciado (vitki) era casar-se “com sua Valquíria”, ou seja,
alcançá-la conscientemente para poder aprender e ser introduzido nos mistérios
por ela.
Os vikings acreditavam que a visão das Valquírias cavalgando seus fogosos corcéis era um espetáculo impressionantes e inesquecível. Vestidas com armaduras e armadas de flechas, espadas e escudos, elas emergiam subitamente das nuvens, em meio aos relâmpagos e trovões provocados por seu galope. Apesar das qualidades guerreiras, elas também eram consideradas deusas da fertilidade, pois o orvalho que umedecia a terra se originava do suor de seus cavalos e a aurora boreal se formava do reflexo da luz em seus escudos.
Os vikings acreditavam que a visão das Valquírias cavalgando seus fogosos corcéis era um espetáculo impressionantes e inesquecível. Vestidas com armaduras e armadas de flechas, espadas e escudos, elas emergiam subitamente das nuvens, em meio aos relâmpagos e trovões provocados por seu galope. Apesar das qualidades guerreiras, elas também eram consideradas deusas da fertilidade, pois o orvalho que umedecia a terra se originava do suor de seus cavalos e a aurora boreal se formava do reflexo da luz em seus escudos.
As Valquírias foram
exaustivamente descritas em diversos relatos épicos, poemas e histórias sobre
heróis. Uma das Valquírias mais famosas, Brunhilde, foi a heroína da lenda do
rei Sigurd. Em vez de cumprir a ordem de Odin e deixar que o rei morresse, ela
lhe deu a vitória do combate. Enfurecido com sua desobediência (em especial por
se tratar da filha preferida), Odin prendeu Brunhilde a uma muralha de fogo,
onde ela ficou adormecida até que Sigurd, montado em seu cavalo mágico, atravessou
as chamas e a acordou com um beijo.
Outra Valquíria, Svava, a
protetora do herói Helgi quando criança, encarnou como a princesa Sigrun e
posteriormente se casou com Helgi, acompanhando-o quando ele morreu. Essa lenda
descreve uma crença antiga que considerava as Valquírias espíritos guardiães de
algumas famílias, permanecendo ligadas a certos heróis por toda a vida,
recebendo sua alma após a morte e encarnando depois, na mesma família, para
auxiliar e proteger os descendentes.
Lendas anglo-saxônicas
também relatam aparições de figuras femininas sobrenaturais do meio na neblina,
que auxiliavam os guerreiros nos combates. Às vezes, elas se revelam mulheres
de extraordinária beleza, tornavam-se amantes dos guerreiros mais valentes e
depois desapareciam.
Uma versão mais recente
descreve as Valquírias como espíritos femininos ferozes, auxiliares do deus da
guerra, que se regozijavam com o derramamento de sangue, receiam teias com as
caveiras e entranhas e, metamorfoseadas em abutres, se alimentavam dos cadáveres.
Na Idade Média, os escritores românticos transformaram-nas em lindas princesas,
que escoltavam os mortos para Valhala e brindavam com hidromel, servido em
taças de chifre.
Elemento: ar, água.
Animais totêmicos: cisne, corvo, gavião, cavalo alado.
Cores: branco, prateado, furta-cor.
Árvores: freixo, sorveira, teixo.
Plantas: acônito, cólquito, centáurea.
Metais: ferro, bronze.
Pedras: labradorita, opala, safira.
Data de celebração: 31/01, 16/02.
Símbolos: armadura, escudo, elmo, corrente de metal, objetos
de poder, escurdo fluídicos de proteção, aurora boreal, penas de cisne, corvo e
gavião, múltiplos de três, talismãs rúnicos de proteção mágica.
“A Cavalgada das
Valquírias” (música da Wagner).
Runas: algiz, as, calc, ziu.
Rituais: de proteção em situações de perigo; conexão com seu
“anjo da guarda”; para vender o medo de morte e auxiliar os espíritos na sua
transição; para confeccionar e imantar escudos ou símbolos de proteção.
Palavras-chave: proteção.
Texto de Mirella Faur em "Mistérios Nórdicos"
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»» Rituais aos Deuses e Deusas
Texto de Mirella Faur em "Mistérios Nórdicos"
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