Deuses greco-romanos
Na
concepção greco-romana, os imortais classificavam-se em: Divindades primordiais,
superiores, siderais, dos ventos, das águas e alegóricas.
Divindades
Primordiais:
Geia – Mãe de todos os seres,
personificação da terra.
Surgiu
do Caos e gerou Urano, os Montes, o Mar, os Titãs, os Centímanos
(Hecatonquiros), os Gigantes, as Erínies, etc. O mito de Géia provávelmente
começou como uma veneração neolítica da terra-mãe antes da invasão
Indo-Européia que posteriormente se tornou a civilização Helenística.
Urano – O primeiro rei do Universo,
segundo Hesíodo (céu estrelado).
Casou-se
com Géia, da qual teve os Titãs, as Titânidas, os Ciclopes e os Hecatonquiros.
Urano, por ódio, lançou no Tártaro os Ciclopes e os Hecatonquiros, Géia porém
deu uma foice aos Titãs para que se vingassem. Cronos, o mais audacioso deles,
castrou Urano e tornou-se o senhor do universo!
Cronos – Filho de Urano e Géia.
O
mais jovem dos Titãs. Se tornou senhor do céu castrando o pai. Casou com Réia,
e teve Héstia, Deméter, Hera, Ades e Poseidon. Como tinha medo de ser
destronado, Cronos engolia os filhos ao nascerem. Comeu todos exceto Zeus, que
Réia conseguiu salvar enganando Cronos enrolando uma pedra em um pano, a qual
ele engoliu sem perceber a troca. Mais tarde Zeus voltou, deu ao pai um remédio
que o fez vomitar os filhos, e logo depois o destronou e baniu-o no tártaro.
Cronos escapou e fugiu para a Itália onde reinou sobre o nome de Saturno. Este
período no qual reinou foi chamado de "A era de ouro terrestre".
Ciclopes – Arges, Brontes e Estéropes.
Pertenciam
a raça dos gigantes. Forjavam os raios e os trovões para Zeus. Teriam sido
mortos por Apolo para vingar a morte de Asclépio.
Segundo
Homero, porém, teria sido um povo de gigantes rudes, fortes, indiferentes às
divindades, dedicados ao pastoreio.
Hecantoquiros (ou Centimanos) –
Briareu,
Coto e Giges.
Gigantes
de cem braços e cinquenta cabeças. Tendo hostilizado o pai, este os mandou para
horríveis cavernas nas vísceras da terra. Participaram da rebellião contra
Urano. Quando Cronos tomou o poder, os aprisionou no tártaro. Libertados por
Zeus, lutaram contra as titãs. Com a habilidade de arremeçar cem pedras de uma
vez venceram os titãs. Briareus era guarda-costas de Zeus.
Titãs – Oceano, Hipérion, Japeto, Céos,
Créos e Cronos.
Titanidas – Téia, Réia, Têmis, Mnemôsine,
Febe e Téis.
Zeus – O deus supremo do mundo, o deus
por excelência.
Presidia
aos fenómenos atmosféricos, recolhia e dispersava as nuvens, comandava as tempestades,
criava os relâmpagos e o trovão e lançava a chuva com sua poderosa mão direita,
à sua vontade, o raio destruidor; por outro lado mandava chuva benéfica para
fecundar a terra e amadurecer os frutos. Chamado de o pai dos deuses, por que,
apesar de ser o caçula de sua divina família, tinha autoridade sobre todos os
deuses, dos quais era o chefe reconhecido por todos. Tinha o supremo governo do
mundo e zelava pela ordem e da harmonia que reinava nas coisas. Depois de ter
destronado o sei pai, dividiu com seus irmãos o domínio do mundo. Morava no
Olimpo, quando sacudia a égide, o escudo formidável que lançava relâmpagos
explodia a procela. Casou-se com Hera, porém teve muitos amores.
Hera – Irmã e esposa de Zeus, a mais
excelsa das deusas. A Ilíada a representa como orgulhosa, obstinada, ciumenta e
rixosa. Odiava sobretudo Héracles, que procurou diversas vezes matar. Na guerra
de Tróia por ódio dos troianos, devido ao julgamento de Páris, ajudou os
gregos.
Hestia – Deusa do fogo e da lareira.
Demeter – É a maior das divindades gregas
ligadas à terra produtora; seu nome significa Terra-mãe.
De
Zeus teve Perséfone, que foi raptada por Hades. Enraivecida, fez com que a
terra se tornasse árida. Zeus, para aplacá-la, obteve de Hades que Perséfone
permanecesse quatro meses nos Infernos, junto com o marido, e oito meses ao
lado de sua mãe. O seu mito em relação a Perséfone teve lugar nos mistérios
eleusinos.
Apolo – Filho de Zeus e de Leto, também
chamado Febo, irmão gêmeo de Ártemis, nasceu às fraldas do monte Cinto, na ilha
de Delos. É o deus radiante, o deus da luz benéfica. A lenda mostra-nos Apolo,
ainda garoto, combatendo contra o gigante Títio e matando-o, e contra a
serpente Píton, monstro saído da terra, que assolava os campos, matando-a
também. Apolo é porém, também concebido como divindade maléfica, executora de
vinganças. Em contraposição, como dá a morte, dá também a vida: é médico, deus
da saúde, amigo da juventude bela e forte. É o inventor da adivinhação, da
música e da poesia, condutor das Musas, afasta as desventuras e protege os
rebanhos.
Artemis – Deusas da caça, filha de Zeus e
Leto, irmã gêmea de Apolo.
Representava a mais luminosa encarnação da
pureza feminina. Eram-lhe oferecidos sacrifícios humanos em tempos
antiquíssimos. Deusa da Lua, declinava-se, circundada por suas ninfas, vagar de
dia pelos bosques à caça de feras, à noite, porém, com o seu pálido raio,
mostrava o caminho aos viajores. Quando a Lua, escondida pelas nuvens,
tornava-se ameaçadora e incutia medo nos homens, tomava o nome de Hécate.
Atena - Surgiu toda armada do cérebro de
Zeus, depois de ter ele engolido seu primeira esposa Métis.
Era
o símbolo da inteligência, da guerra justa, da casta mocidade e das artes
domésticas e uma das divindades mais veneradas. Um esplêndido templo, o
Partenon, surgia em sua honra na Acrópole de Atenas, a cidade que lhe era
particularmente consagrada. Obra maravilhosa de Ictino e de Calícrates, o
Partenon continha uma colossal estátua de ouro dessa deusa, de autoria do
famoso escultor Fídias.
Hermes – Filho de Zeus e de Maia, o arauto dos
deuses e fiel mensageiro de seu pai, nasceu numa gruta do monte Ciline, na
Arcádia. Lodo que nasceu, fugiu do berço e roubou cinqüenta novilhas do rebanho
de Apolo, em seguida, com a casca de uma tartaruga, construiu a primeira lira e
com o som deste instrumento aplacou Apolo, enfurecido pelo furto; esse deus
acabou por deixar-lhe as novilhas e deu-lhe o caduceu, a vara-de-ouro, símbolo
da paz, n troca da lira. Zeus deu-lhe o encargo de levar os mortos a Hades, daí
o epíteto de Psicompompo. Inventou, além da lira, as letras e os algarismos,
fundou os ritos religiosos e introduziu a cultura da oliveira. Deus dos Sonhos,
eram lhe oferecidos sacrifícios de porcos, cordeiros, cabritos... Seus
atributos eram a prudência e a esperteza. Livrou Ares das correntes dos
Aloídas, levou Príamo à tenda de Aquiles e matou Argos, guarda de Io. Era
representado com um jovem ágil e vigoroso, com duas pequenas asas nos pés, um
chapéu de abas largas na cabeça e o caduceu nas mãos.
Afrodite – A deusa mais popular do Olimpo
grego, símbolo do amor e da beleza. Filha de Zeus e de Díone ou, segundo outra
versão, nascida da espuma do mar na ilha de Chipre. Acompanhavam-na as Horas,
as Graças e as outras divindades personificadoras do amor. Era esposa de
Hefesto, porém amou Ares, Hermes, Dioniso, Poseidon e Anquises. Por seus amores
com Ares, foi considerada também como divindade guerreira. A sede mais antiga
de seu culto era a ilha de Chipre.
Hefesto – Deus do fogo, filho de Zeus e
Hera.
Trabalhava
admiravelmente os metais e construiu inúmeros palácios de bronze, além da
esplêndida armadura de Aquiles e o cetro e a égide de Zeus. Segundo uma
tradição, nasceu coxo, pelo que sua mãe lançou-o do alto do monte Olimpo, foi
recolhido por Tétis e Eurínome, com as quais permaneceu durante nove anos.
Voltando ao Olimpo, ao defender Hera contra Zeus, este atirou-o do céu e,
precipitando durante um dia inteiro, caiu na ilha de Lemos. Suas forjas, com
vinte foles, foram depois do Olimpo colocadas no Etna, onde tinha os Ciclopes
como companheiros de trabalho.
Hades – Senhor do reino subterrâneo.
Acreditava-se que, com seu carro, viesse ao mundo para buscar as almas dos
mortos. Possuía um capacete que o tornava invisível. Somente Hades tinha o
poder de restituir a vida de um homem, porém, utilizou-se desse poder
pouquíssimas vezes e, assim mesmo, a pedido da esposa. Era o deus das riquezas
porque dominava nas profundezas da terra, de onde mandava prosperidade e
fertilidade; era considerado um deus benéfico.
Poseidon – Depois que os Titãs foram
derrotados por Zeus, na divisão do mundo coube-lhe a senhoria do mar e de todas
as divindades marinhas. Tinha um palácio nas profundezas do mar, onde morava
com sua esposa Anfiritre e seu filho Tritão. Sua arma era o tridente, com o
qual levantava as ondas fragorosas, que engoliam as naus, e fazia estremecer o
solo ou desperdiçar os recifes. Odiava Ulisses, por ele ter cegado o Ciclope
Polifemo, seu filho. Foi inimigo de Tróia, depois que seu rei Laomendonte lhe
negou a compensação pela construção das muralhas da cidade, ocasião em que
mandou um monstro marinho para devorar Hesíon, filha do rei, que Héracles
matou. Teve com Zeus, numerosos amores, todavia enquanto os filhos de Zeus eram
heróis benfeitores, os de Poseidon eram geralmente gigantes malfazejos e
violentos.
Ares – Deus da guerra, filho de Zeus e de
Hera.
Deleitava-se
com a guerra pelo sei lado mais brutal, qual seja a carnificina e o
derramamento de sangue. Inimigo da serena luz solar e da calmaria atmosférica,
ávido de desordem e de luta. Ares era detestado pelos outros deuses, o próprio
Zeus o odiava. Tinha como companheiros nas lutas Éris, a discórdia; Deimos e
Fobos, o espanto e o terror, e Ênio, a deusa da carnificina na guerra. Amou
Afrodite, da qual teve Harmonia, Eros, Anteros, Deimos e Fobos.
Dioniso – Filho de Zeus e de Sêmele, deus
do vinho e do delírio místico.
Em
sentido mais geral, representava aquela energia da natureza que, por efeito do
calor e da umidade, amadurece os frutos; era, pois, uma divindade benéfica. De
todas as divindades, era a que mais aproximava dos homens. Teve um nascimento
milagroso, com efeito, morrendo-lhe a mãe antes que tivesse o necessário
desenvolvimento, foi recolhido pelo pai que o costurou numa de suas coxas e aí
o conservou até que o garoto pudesse enfrentar a vida. Dioniso demonstrou muito
cedo sua origem, divina: crescia livre, amante da caça e possuía o estranho
poder de amansar as feras mais ferozes. Um dia, criou a videira e quis dar o
vinho a todos os homens; para esse fim, empreendeu numa longa viagem, através
de todas as terras, seguido por um cortejo de ninfas, sátiros, bacantes e
silenos. Por onde passavam, os homens tornavam-se felizes. Na Frígia, concedeu
ao rei Midas a faculdade de poder transformar em ouro tudo que tocasse. Na
Trácia, o rei Licurgo tentou dispersas a comitiva: Dioniso indignado, cegou-o.
Em Delos, concedeu às filhas do rei Ânio o poder de mudar a água em vinho.
Casou-se com Ariadne, depois que esta foi abandonada por Teseu; as núpcias
foram celebradas com suntuosidade e o casal subiu ao Olimpo sobre um carro
puxado por panteras.
Divindades Siderais:
Helios – Filho de Hipérion e de Téia,
titã por excelência, irmão de Selene e de Éos, personificação do Sol. Surgia
todas as manhãs do Oceano para conduzir o carro do Sol, puxado por cavalos que
expeliam fogo pelas narinas. Penetrava com seus raios em todos os juramentos.
Mais tarde foi confundido com Apolo. O Colosso de Rodes foi uma estátua lhe
consagrada.
Selene - Deusa da Lua, irmã de Helios e
Éos, da família dos Titãs.
Era
uma linda deusa, de braços brancos, com longas asas, que percorria o céu sobre
um carro para levar aos homens a sua plácida luz. Amou Endimião e foi,
posteriormente, identificada com Ártemis.
Eos – Deusa que anunciava o dia. Era
representada sobre o carro da luz, guiando os cavalos, com uma tocha na mão.
Divindades dos Ventos:
Boreas – Filho de Astreu e de Éos, deus
dos ventos do norte, morava na Trácia. Pertencia à raça dos Titãs e era irmão
de Zéfiro, Euro e Noto. Raptou Orítia, com a qual casou e que lhe deu os filhos
Cálais e Zetes.
Zefiro – Vento que sopra do Poente,
anunciador da primavera e venerado como deus benéfico.
Euro – Vento que sopra do Oriente,
dependente de Éolo.
Noto – O vento do Sul.
Eolo – Rei dos ventos, às vezes
identificado com o filho de Poseidon e Arne. Morador das ilhas Eólias, acolheu
amigavelmente Ulisses e seus companheiros e deu-lhes um odre em que estavam
encerrados todos os ventos contrários à navegação Ítaca. Os companheiros de
Ulisses, por curiosidade, abriram-no e os ventos desencadearam uma terrível
tempestade que causou o naufrágio de quase toda a frota.
Divindades das
Aguas
Oceano – O mais velho dos Titãs, marido
de Tétis, pai de todos os rios e das Oceânides. Era a personificação da água
que envolve o mundo.
Nereu – Velho deus marinho, filho do
Ponto e de Géia.
Tinha
o dom da profecia e a faculdade de tomar várias formas. Era representado com os
cabelos, sobrancelhas, queixo e peito cobertos por juncos marinhos e por folhas
de plantas similares.
Proteu – Pastor das focas de Poseidon.
Morava
numa ilha próxima ao Egito e tinha o poder de metamorfosear-se em todas as
formas que desejasse, não só de animais, mas também de plantas e de elementos,
com a água e o fogo. Segundo Eurípedes, Proteu foi rei da ilha de Faros e,
casando-se com Psâmate, teve os filhos Idoteu e Teoclímenes.
Ninfas
– Filhas de Zeus, representavam as forças elementares da natureza.
Moravam
nos montes, nos bosques, nas fontes, nos rios, nas grutas, das quais eram
potências benéficas. Viviam livres e independentes, plantavam árvores e eram de
grande utilidade aos homems. Dividiam-se em Oceânides, Nereidas, Náiades,
Oréades, Napéias, Alseidas, Dríades e Hamadríades.
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