Os Principais Deuses Nórdicos
Muitos Deuses de Aasgard, como Snorri
apresenta, têm um papel proeminente em seus mitos, e outros são apenas
mencionados brevemente. Mas vale lembrar que, entre os Deuses das culturas
celtas e germânicas não há nenhum sincretismo, apenas a semelhança dos seus
mitos e o convívio entre eles, num determinado período da história.
Conheça a seguir alguns dos principais Deuses
do panteão nórdico.
- Aegir ou Egir: Deus
que aparece como governante do mar, foi adorado e temido pelos vikings, era
considerado a própria personificação do oceano e de sua poderosa força. Dizem
que ele tinha nove filhas, que costumavam ser consideradas as ondas do mar.
Associado ao caldeirão, dando a perceber claramente as ligações entre as
tradições nórdicas e celtas, lembrando que foi em suas viagens pelo oceano a
oeste que os dois povos se conheceram. Símbolos: o caldeirão e a água.
- Baldur: Filho de
Odin e Friga, amado por todos em Asgard, invulnerável às armas, pois os Deuses
haviam prometido a Friga não feri-lo, menos Loki, que tramou sua morte. A arma
que Baldur foi morto, segundo Snorri, seria o visco, esse detalhe ganhou grande
proeminência por causa da importância do “ramo dourado” e do caráter sagrado do
visco entre os druidas, mas que também poderia ser o nome de uma espada chamada
Visco. Como uma divindade do céu, ele era considerado um Deus de fulgor e
beleza. Seu nome poderia significar literalmente "o brilhante".
Símbolos: a roda solar e o fogo.
- Frey: É o Deus da
abundância e da fertilidade, que inspirava alegria e devoção. Divindade
soberana da paz e da prosperidade, irmão de Freya, filho do Deus Njord e da
Deusa Nerthus. Consta que ele possuía um barco, largo o suficiente para
acomodar todos os Deuses, que podia ser dobrado e guardado numa bolsa, quando
não estava sendo usado. Foi associado também ao cavalo, o javali, o elmo e as
armas. Símbolos: a espada e a terra.
- Freya: Era a mais
renomada das Deusas, irmã gêmea de Frey, chamada de “a noiva dos Vanirs”. Freya
tinha muitos nomes, sendo conhecida como a Deusa do amor, da sexualidade e da
beleza, também é a Deusa da guerra que recebe os heróis que morrem nos campos
de batalha, juntamente com Odin. Podia assumir a forma de um falcão e viajar
grandes distâncias. Associada a um tipo especial de feitiçaria conhecida como
Seidr, às jornadas xamânicas e à adivinhação, geralmente chamada de Volva.
Freya viajava numa carruagem puxada por gatos, que sugere que os gatos também
estavam entre os espíritos de animais que a auxiliavam em sua viagem
sobrenatural. Símbolos: a lança e a terra.
- Friga: Rainha do
Céu, a misteriosa companheira de Odin, como ele, sabia do futuro dos Deuses e
dos homens. Associada à fertilidade, ela é considerada a Deusa do casamento, da
família, do destino e das crianças. Simboliza a manutenção da ordem, da
harmonia e da paz. Friga é a única figura maternal existente em Asgard,
considerada a Grande Mãe dos povos nórdicos. Seu nome na forma antiga
germânica, Frija, faz referência à sexta-feira, considerado um dia de sorte
para os casamentos. Símbolos: a cornucópia e a terra.
- Heindall: É o
guardião da ponte do arco-íris que leva a Asgard, morada dos Deuses. Sua
audição é tão boa que ele pode escutar a grama nascendo na Terra ou a lã
crescendo no dorso da ovelha. A simbologia da ponte do arco-íris é vasta, pode
significar a conexão entre a matéria e o espírito, e a ligação entre os homens
e os Deuses. É Heimdall que dá o sinal para os Deuses que o Ragnarok começou.
Símbolos: Símbolos: a trompa e o arco-íris.
- Iduna: Deusa da
juventude e mulher de Bragi, Deus da poesia. Ela é responsável pela saúde dos
Deuses, que precisavam comer uma maçã por dia, vinda do seu cofre de madeira
feito de freixo, para manterem sua juventude e força, conhecidas como as maçãs
douradas da imortalidade. Em determinada ocasião, Loki transformou Induna e
suas maçãs numa noz, uma associação à eterna juventude de nozes e maçãs aos
mitos irlandeses. Símbolos: as nozes e a maçã.
- Loki: Loki, talvez,
seja o personagem de maior destaque entre os Deuses do norte. É ele que traz a
comédia aos reinos dos Deuses e a tragédia à história de Baldur. Loki é uma
figura sinistra e poderosa, porém é mais um ser manhoso e traquino, que
perverso, por vezes, escandaloso e de língua ferina, insulta os Deuses e as
Deusas com suas revelações maliciosas. Ele participa de várias aventuras em
campainha de quase todos os habitantes de Asgard, com exceção de Frey. Tem
certos poderes mágicos e o mais notável é a habilidade de mudar de forma.
Símbolos: o cavalo e o fogo.
- Mimir: O Gigante,
guardião da Fonte da Sabedoria e amigo de Odin. O mais sábio dos Deuses
nórdicos, Mimir teve sua cabeça decepada, mas Odin manteve a cabeça viva e a
consultava para saber segredos ocultos. É um dos deuses gigantes antigos.
Obteve todo o seu conhecimento ao beber do poço da Grande Sabedoria nas raízes
de Yggdrasil. Mimir, também chamado Ymir, deu origem aos anões com as partes de
seu corpo ao morrer. Símbolos: a cabaça e a fonte.
- Nornes: Deusas do
Destino: Urd, Verdandi e Skuld. São as três irmãs que tecem o destino dos
homens em seus teares. Guardam a Yggdrasill, a árvore do mundo, que sustenta a
Terra.Todas as manhãs fazem chover hidromel sobre suas raízes, para que as
folhas permaneçam verdes. São representadas pela virgem, a mãe e a anciã. Urd é
muito velha e vive olhando para trás, por sobre os ombros. Verdandi é uma jovem
e olha sempre para o presente e finalmente Skuld, vive encapuzada e possui um
pergaminho fechado sobre seu regaço, que contém os segredos do futuro.
Símbolos: a roda em movimento.
- Odin: Odin é o Pai
de Todos, relembrado hoje como o Deus da guerra e da fúria dos vikings. Contudo,
ele tem outros aspectos até mais importantes que esses. Nas Eddas, ele é o
líder dos Deuses, mas essa posição originalmente era de Tyr, pois Odin
tornou-se soberano durante a Era Viking, onde um Deus mais astuto era mais
importante que um Deus radicalmente justiceiro. Odin é o Deus da sabedoria e do
poder mágico, pois foi ele que resgatou as runas, o alfabeto que guarda os
mistérios do universo. Odin também é considerado Deus da morte, por que ele
juntamente com Freya, recebiam os guerreiros que chegavam em Valhalla.
Símbolos: os corvos: Munin e Hugin, os lobos: Geri e Freki, o cavalo Sleipnir,
e a lança Gungnir.
- Thor: Filho de Odin
e Jord - gigante, a Terra - provavelmente, é o Deus mais conhecido entre os
Deuses nórdicos. Ele é um Deus simples, o patrono dos guerreiros e do povo.
Thor é conhecido pelas suas grandes aventuras e por suas batalhas contra os
gigantes. Possui uma tremenda força e o martelo Mjölnir, que foi feito pelos
Anões. Mjölnir é considerado o maior tesouro dos Deuses por ser a proteção
contra os gigantes. Thor é associado ao trovão, também é o Deus da chuva e das
tempestades. Símbolos: o martelo e a biga.
- Tyr: Embora
raramente seja lembrado nos dias de hoje entre os Deuses mais populares, Tyr é
extremamente importante. Ele é o Deus da guerra, da justiça e da nobreza. O
mito mais interessante envolvendo Tyr nos mostra coragem, bravura e honra. Foi
ele que perdeu sua mão para que o Lobo Fenris, filho de Loki, pudesse ser
capturado pelos Deuses. Símbolos: a lança e o escudo.
- Skadi: É a Deusa do
Inverno e da caça, casou-se com Njord, Deus dos Mares, porque acabou se
confundindo no concurso de pés mais bonitos. Ela queria se casar com Balder,
por isso seu casamento não era tão feliz, também é a Deusa da Justiça, da
Vingança, e da Cólera. Símbolos: montanhas e locais altos.
- Valquírias:
Espíritos femininos que apareciam para os guerreiros que iam morrer, auxiliavam
o Deus da guerra e a travessia ao mundo dos mortos em Valhala, o grande palácio
de Odin, onde ele se diverte em festas na companhia dos heróis que morriam em
combate. Símbolos: a lança, o cisne e o capacete.
Os mitos podem nos levar a descobrir mais
sobre nossa herança espiritual, e talvez perceber alguns dos defeitos no
desenvolvimento espiritual do mundo moderno. O estudo da mitologia não precisa
mais ser visto como uma fuga da realidade para as fantasias por parte dos povos
primitivos, e sim como uma busca pela compreensão mais profunda da mente
humana. Ao nos aventurarmos em explorar as distantes colinas habitadas pelos
Deuses, estaremos talvez, descobrindo o caminho de casa.
Fonte bibliográfica: Hilda R. Ellis Davidson - Deuses e Mitos do
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