O Concílio de Nicéia, Condenação dos Evangelhos
Apócrifos
O Concílio de Nicéia
325 D.C – É realizado o Concílio de
Nicéia, atual cidade de Iznik, província de Anatólia (nome que se costuma dar à
antiga Ásia Menor), na Turquia asiática. A Turquia é um país euro-asiático,
constituído por uma pequena parte européia, a Trácia, e uma grande parte
asiática, a Anatólia. Este foi o primeiro Concílio Ecumênico da Igreja,
convocado pelo Imperador Flavius Valerius Constantinus (285 - 337 d.C), filho
de Constâncio I. Quando seu pai morreu em 306, Constantino passou a exercer
autoridade suprema na Bretanha, Gália (atual França) e Espanha. Aos poucos, foi
assumindo o controle de todo o Império Romano.
Desde Lúcio Domício Aureliano (270 -
275 d.C ), os Imperadores tinham abandonado a unidade religiosa, com a renúncia
de Aureliano a seus "direitos divinos", em 274. Porém, Constantino,
estadista sagaz que era, inverteu a política vigente, passando, da perseguição
aos cristãos, à promoção do Cristianismo, vislumbrando a oportunidade de
relançar, através da Igreja, a unidade religiosa do seu Império. Contudo,
durante todo o seu regime, não abriu mão de sua condição de sumo-sacerdote do
culto pagão ao "Sol Invictus". Tinha um conhecimento rudimentar da
doutrina cristã e suas intervenções em matéria religiosa visavam, a princípio,
fortalecer a monarquia do seu governo.
Na verdade, Constantino observara a
coragem e determinação dos mártires cristãos durante as perseguições promovidas
por Diocleciano, em 303. Sabia que, embora ainda fossem minoritários (10% da
população do império), os cristãos se concentravam nos grandes centros urbanos,
principalmente em território inimigo. Foi uma jogada de mestre, do ponto de
vista estratégico, fazer do Cristianismo a Religião Oficial do Império: Tomando
os cristãos sob sua proteção, estabelecia a divisão no campo adversário. Em
325, já como soberano único, convocou mais de 300 bispos ao Concílio de Nicéia.
Constantino visava dotar a Igreja de uma doutrina padrão, pois as divisões,
dentro da nova religião que nascia, ameaçavam sua autoridade e domínio. Era
necessário, portanto, um Concílio para dar nova estrutura aos seus poderes.
E o momento decisivo sobre a doutrina
da Trindade ocorreu nesse Concílio. Trezentos Bispos se reúnem para decidir se
Cristo era um ser criado (doutrina de Arius) ou não criado, e sim igual e eterno
como Deus Seu Pai (doutrina de Atanásio). A igreja acabou rejeitando a idéia
ariana de que Jesus era a primeira e mais nobre criatura de Deus, e afirmou que
Ele era da mesma "substância" ou "essência" (isto é, a
mesma entidade existente) do Pai. Assim, segundo a conclusão desse Concílio, há
somente um Deus, não dois; à distância entre Pai e Filho está dentro da unidade
divina, e o Filho é Deus no mesmo sentido em que o Pai o é. Dizendo que o Filho
e o Pai são "de uma substância", e que o Filho é "gerado" ("único
gerado, ou unigênito", João 1. 14,18; 3. 16,18, e notas ao texto da NVI),
mas "não feito", o Credo Niceno, estabelece a Divindade do homem da
Galiléia, embora essa conclusão não tenha sido unânime. Os Bispos que
discordaram, foram simplesmente perseguidos e exilados.
Com a subida da Igreja ao poder,
discussões doutrinárias passaram a ser tratada como questões de Estado. E na
controvérsia ariana, colocava-se um obstáculo grande à realização da idéia de
Constantino de um Império universal que deveria ser alcançado com a
uniformidade da adoração divina.
O Concílio foi aberto formalmente a 20
de maio, na estrutura central do palácio imperial, ocupando-se com discussões
preparatórias na questão ariana, em que Arius, com alguns seguidores, em
especial Eusébio, de Nicomédia; Teógnis, de Nice, e Maris, de Chalcedon,
parecem ter sido os principais líderes. Como era costume, os bispos orientais
estavam em maioria. Na primeira linha de influência hierárquica estavam três
arcebispos: Alexandre, de Alexandria; Eustáquio, de Antioquia e Macário, de
Jerusalém, bem como Eusébio, de Nicomédia e Eusébio, de Cesaréia. Entre os
bispos encontravam-se Stratofilus, bispo de Pitiunt (Bichvinta, reino de
Egrisi). O ocidente enviou não mais de cinco representantes na proporção
relativa das províncias: Marcus, da Calábria (Itália); Cecilian, de Cartago
(África); Hosius, de Córdova (Espanha); Nicasius, de Dijon (França) e Domnus,
de Stridon (Província do Danúbio). Apenas 318 bispos compareceram, o que
equivalia a apenas uns 18% de todos os bispos do Império. Dos 318, poucos eram
da parte ocidental do domínio de Constantino, tornando a votação, no mínimo,
tendenciosa. Assim, tendo os bispos orientais como maioria e a seu favor,
Constantino aprovaria com facilidade, tudo aquilo que fosse do seu interesse.
As sessões regulares, no entanto,
começaram somente com a chegada do Imperador. Após Constantino ter
explicitamente ordenado o curso das negociações, ele confiou o controle dos
procedimentos a uma comissão designada por ele mesmo, consistindo provavelmente
nos participantes mais proeminentes desse corpo. O Imperador manipulou,
pressionou e ameaçou os partícipes do Concílio para garantir que votariam no
que ele acreditava, e não em algum consenso a que os bispos chegassem. Dois dos
bispos que votaram a favor de Arius foram exilados e os escritos de Arius foram
destruídos. Constantino decretou que qualquer um que fosse apanhado com
documentos arianistas estaria sujeito à pena de morte.
Mas a decisão da Assembléia não foi
unânime, e a influência do imperador era claramente evidente quando diversos
bispos de Egito foram expulsos devido à sua oposição ao credo. Na realidade, as
decisões de Nicéia foram fruto de uma minoria. Foram mal entendidas e até
rejeitadas por muitos que não eram partidários de Ário. Posteriormente, 90
bispos elaboraram outro credo (O "Credo da Dedicação") em, 341, para
substituir o de Nicéia. (...) E em 357, um Concílio em Smirna adotou um credo
autenticamente ariano.
Portanto, as orientações de Constantino
nessa etapa foram decisivas para que o Concílio promulgasse o credo de Nicéia,
ou a Divindade de Cristo, em 19 de Junho de 325. E com isso, veio a conseqüente
instituição da Santíssima Trindade e a mais discutida, ainda, a instituição do
Espírito Santo, o que redundou em interpolações e cortes de textos sagrados,
para se adaptar a Bíblia às decisões do conturbado Concílio e outros, como o de
Constantinopla, em 38l, cujo objetivo foi confirmar as decisões daquele.
A concepção da Trindade, tão obscura,
tão incompreensível, oferecia grande vantagem às pretensões da Igreja.
Permitia-lhe fazer de Jesus Cristo um Deus. Conferia a Jesus, que ela chama seu
fundador, um prestígio, uma autoridade, cujo esplendor recaia sobre a própria
Igreja católica e assegurava o seu poder, exatamente como foi planejado por
Constantino. Essa estratégia revela o segredo da adoção trinitária pelo
concílio de Nicéia.
Os teólogos justificaram essa doutrina
estranha da divinização de Jesus, colocando no Credo a seguinte expressão sobre
Jesus Cristo: “Gerado, não criado”. Mas, se foi gerado, Cristo não existia
antes de ser gerado pelo Pai. Logo, Ele não é Deus, pois Deus é eterno!
Espelhando bem os novos tempos, o Credo de Nicéia não fez qualquer referência
aos ensinamentos de Jesus. Faltou nele um "Creio em seus
ensinamentos", talvez porque já não interessassem tanto a uma religião
agora sócia do poder Imperial Romano.
Mesmo com a adoção do Credo de Nicéia,
os problemas continuaram e, em poucos anos, a facção arianista começou a
recuperar o controle. Tornaram-se tão poderosos que Constantino os reabilitou e
denunciou o grupo de Atanásio. Arius e os bispos que o apoiavam voltaram do
exílio. Agora, Atanásio é que foi banido. Quando Constantino morreu (depois de
ser batizado por um bispo arianista), seu filho restaurou a filosofia arianista
e seus bispos e condenou o grupo de Atanásio.
Nos anos seguintes, a disputa política
continuou, até que os arianistas abusaram de seu poder e foram derrubados. A
controvérsia político/religiosa causou violência e morte generalizadas. Em 381
d.C, o imperador Teodósio (um trinitarista) convocou um concílio em
Constantinopla. Apenas bispos trinitários foram convidados a participar. Cento
e cinqüenta bispos compareceram e votaram uma alteração no Credo de Nicéia para
incluir o Espírito Santo como parte da divindade. A doutrina da Trindade era
agora oficial para a Igreja e também para o Estado. Com a exclusiva
participação dos citados bispos, a Trindade foi imposta a todos como "mais
uma verdade teológica da igreja". E os bispos, que não apoiaram essa tese,
foram expulsos da Igreja e excomungados.
Por volta do século IX, o credo já
estava estabelecido na Espanha, França e Alemanha. Tinha levado séculos desde o
tempo de Cristo para que a doutrina da Trindade "pegasse". A política
do governo e da Igreja foram as razões que levaram a Trindade a existir e se
tornar a doutrina oficial da Igreja. Como se pode observar, a doutrina
trinitária resultou da mistura de fraude, política, um imperador pagão e
facções em guerra que causaram mortes e derramamento de sangue.
As Igrejas Cristãs hoje em dia dizem
que Constantino foi o primeiro Imperador Cristão, mas seu
"cristianismo" tinha motivação apenas política. É altamente duvidoso
que ele realmente aceitasse a Doutrina Cristã. Ele mandou matar um de seus
filhos, além de um sobrinho, seu cunhado e possivelmente uma de suas esposas.
Ele manteve seu título de alto sacerdote de uma religião pagã até o fim da vida
e só foi batizado em seu leito de morte.
OBS: Em 313 d.C., com o grande avanço
da "Religião do Carpinteiro", o Imperador Constantino Magno
enfrentava problemas com o povo romano e necessitava de uma nova Religião para
controlar as massas. Aproveitando-se da grande difusão do Cristianismo,
apoderou-se dessa Religião e modificou-a, conforme seus interesses. Alguns anos
depois, em 325 D.C, no Concílio de Nicéia, é fundada, oficialmente, a Igreja
Católica...
Há que se ressaltar que,
"Igreja" na época de Jesus, não era a "Igreja" que
entendemos hoje, pois se lermos os Evangelhos duma ponta à outra veremos que a
palavra «Igreja», no sentido que hoje lhe damos, nem sequer neles é mencionada
exceto por aproximação e apenas três vezes em dois versículos no Evangelho de
Mateus (Mt 16, 18 e Mt 18, 17), pois a palavra grega original, usada por
Mateus, ekklêsia, significa simplesmente «assembléia de convocados», neste caso
a comunidade dos seguidores da doutrina de Jesus, ou a sua reunião num local,
geralmente em casas particulares onde se liam as cartas e as mensagens dos
apóstolos. Sabemo-lo pelo testemunho de outros textos do Novo Testamento, já
que os Evangelhos a esse respeito são omissos. Veja-se, por exemplo, a epístola
aos Romanos (16, 5) onde Paulo cita o agrupamento (ekklêsia) que se reunia na
residência dum casal de tecelões, Áquila e Priscila, ou a epístola a Filémon
(1, 2) onde o mesmo Paulo saúda a ekklêsia que se reunia em casa do dito
Filémon; num dos casos, como lemos na epístola de Tiago (2, 2), essa
congregação cristã é designada por «sinagoga». Nada disto tem a ver, portanto,
com a imponente Igreja católica enquanto instituição formal estruturada e
oficializada, sobretudo a partir do Concílio de Nícéia, presidido pelo
Imperador Constantino, mais de 300 anos após a morte de Cristo.
Onde termina a IGREJA PRIMITIVA dos
Atos dos Apóstolos e começa o Catolicismo Romano?
Quando Roma tornou-se o famoso império
mundial, assimilou no seu sistema os deuses e as religiões dos vários países
pagãos que dominava. Com certeza, a Babilônia era a fonte do paganismo desses
países, o que nos leva a constatar que a religião primitiva da Roma pagã não
era outra senão o culto babilônico. No decorrer dos anos, os Líderes da época
começaram a atribuir a si mesmos, o poder de "senhores do povo" de
Deus, no lugar da Mensagem deixada por Cristo. Na época da Igreja Primitiva, os
verdadeiros Cristãos eram jogados aos leões. Bastava se recusar a seguir os
falsos ensinamentos e o castigo vinha a galope. O paganismo babilônico imperava
a custa de vidas humanas.
No ano 323 d.C, o Imperador Constantino
professou conversão ao Cristianismo. As ordens imperiais foram espalhadas por
todo o império: As perseguições deveriam cessar! Nesta época, a Igreja começou
a receber grandes honrarias e poderes mundanos. Ao invés de ser separada do
mundo, ela passou a ser parte ativa do sistema político que governava. Daí em
diante, as misturas do paganismo com o Cristianismo foram crescendo,
principalmente em Roma, dando origem ao Catolicismo Romano. O Concílio de
Nicéia, na Ásia Menor, presidido por Constantino era composto pelos Bispos que
eram nomeados pelo Imperador e por outros que eram nomeados por Líderes
Religiosos das diversas comunidades. Tal Concílio consagrou oficialmente a
designação "Católica" aplicada à Igreja organizada por Constantino:
"Creio na igreja una, santa, católica e apostólica". Poderíamos até
mesmo dizer que Constantino foi seu primeiro Papa. Como se vê claramente, a
Igreja Católica não foi fundada por Pedro e está longe de ser a Igreja
primitiva dos Apóstolos ...
Em resumo: Por influência dos imperadores
Constantino e Teodósio, o Cristianismo tornou-se a religião oficial do Império
Romano e entrou no desvio. Institucionalizou-se; surgiu o profissionalismo
religioso; práticas exteriores do paganismo foram assimiladas; criaram-se ritos
e rezas, ofícios e oficiantes. Toda uma estrutura teológica foi montada para
atender às pretensões absolutistas da casta sacerdotal dominante, que se
impunha aos fiéis com a draconiana afirmação: "Fora da Igreja não há
salvação".
Além disso, Constantino queria um
Império unido e forte, sem dissenções. Para manter o seu domínio sobre os
homens e estabelecer a ditadura religiosa, as autoridades eclesiásticas romanas
deviam manter a ignorância sobre as filosofias e Escrituras. A mesma Bíblia
devia ser diferente. Devia exaltar Deus e os Patriarcas mas, também, um Deus
forte, para se opor ao próprio Jeová dos Hebreus, ao Buda, aos poderosos deuses
do Olimpio. Era necessário trazer a Divindade Arcaica Oriental, misturada às
fábulas com as antigas histórias de Moisés, Elias, Isaías, etc, onde colocaram
Jesus, não mais como Messias ou Cristo, mas, maliciosamente, colocaram Jesus
parafraseado de divindade no lugar de Jezeu Cristna, a segunda pessoa da
trindade arcaica do Hinduísmo.
Nesse quadro de ambições e privilégios,
não havia lugar para uma doutrina que exalta a responsabilidade individual e
ensina que o nosso futuro está condicionado ao empenho da renovação interior e
não à simples adesão e submissão incondicional aos Dogmas de uma Igreja, os
quais, para uma perfeita assimilação, era necessário admitir a quintessência da
teologia: "Credo quia absurdum", ou seja, "Acredito mesmo que
seja absurdo", criada por Tertuliano (155-220), apologista Cristão.
Disso tudo deveria nascer uma religião
forte como servia ao império romano. Vieram ainda a ser criados os simbolismos
da Sagrada Família e de todos os Santos, mas as verdades do real cânone do Novo
Testamento e parte das Sagradas Escrituras deviam ser suprimidas ou ocultadas,
inclusive as obras de Sócrates e outras Filosofias contrárias aos interesses da
Igreja que nascia.
Esta lógica foi adotada pelas forças
clericais mancomunadas com a política romana, que precisava desta religião,
forte o bastante, para impor-se aos povos conquistados e reprimidos por Roma,
para assegurar-se nas regiões invadidas, onde dominava as terras, mas não o
espírito dos povos ocupados. Em troca, o Cristianismo ganhava a Universalidade,
pois queria se tornar "A Religião Imperial Católica Apostólica
Romana", a Toda Poderosa, que vinha a ser sustentada pela força, ao mesmo
tempo que simulava a graça divina, recomendando o arrependimento e perdão, mas
que na prática, derrotava seus inimigos a golpes de espada.
Então não era da tolerância pregada
pelo Cristianismo que Constantino precisava, mas de uma religião autoritária,
rígida, sem evasivas, de longo alcance, com raízes profundas no passado e uma
promessa inflexível no futuro, estabelecida mediante poderes, leis e costumes
terrenos.
Para isso, Constantino devia adaptar a
Religião do Carpiteiro, dando-lhes origens divinas e assim impressionaria mais
o povo o qual sabendo que Jesus era reconhecido como o próprio Deus na nova
religião que nascia, haveria facilidade de impor a sua estrutura hierárquica,
seu regime monárquico imperial, e assim os seus poderes ganhariam amplos
limites, quase inatingíveis.
Quando Constantino morreu, em 337, foi
batizado e enterrado na consideração de que ele se tornara um décimo terceiro
Apóstolo, e na iconografia eclesiástica veio a ser representado recebendo a
coroa das mãos de Deus.
OS LIVROS RETIRADOS DAS SANTAS
ESCRITURAS
Os quatro evangelhos canônicos, que se
acredita terem sido inspirados pelo Espírito Santo, não eram aceitos como tais
no início da Igreja. O bispo de Lyon, Irineu, explica os pitorescos critérios
utilizados na escolha dos quatro evangelhos (reparem na fragilidade dos
argumentos...): "O evangelho é a coluna da Igreja, a Igreja está espalhada
por todo o mundo, o mundo tem quatro regiões, e convém, portanto, que haja
também quatro evangelhos. O evangelho é o sopro do vento divino da vida para os
homens, e pois, como há quatro ventos cardiais, daí a necessidade de quatro
evangelhos. (...) O Verbo criador do Universo reina e brilha sobre os
querubins, os querubins têm quatro formas, eis porque o Verbo nos obsequiou com
quatro evangelhos”.
As versões sobre como se deu a
separação entre os evangelhos canônicos e apócrifos, durante o Concílio de
Nicéia no ano 325 D.C, são também singulares. Uma das versões diz que estando
os bispos em oração, os evangelhos inspirados foram depositar-se no altar por
si só!!! ... Uma outra versão informa que todos os evangelhos foram colocados
por sobre o altar, e os apócrifos caíram no chão... Uma terceira versão afirma
que o Espírito Santo entrou no recinto do Concílio em forma de pomba, através
de uma vidraça (sem quebrá-la), e foi pousando no ombro direito de cada bispo,
cochichando nos ouvidos deles os evangelhos inspirados...
A Bíblia como um todo, aliás, não
apresentou sempre a forma como é hoje conhecida. Vários textos, chamados hoje
de "apócrifos", figuravam anteriormente na Bíblia, em contraposição
aos canônicos reconhecidos pela Igreja.
Segundo o Dicionário Aurélio, o termo
Apócrifos significa:
"Entre os Católicos, Apócrifos
eram os Escritos de assuntos sagrados que não foram incluídos pela Igreja no
Cânon das Escrituras autênticas e divinamente inspiradas". (destaque
nosso).
Obs - Note que o próprio Dicionário
Aurélio registra a expressão: "divinamente inspiradas". Por que será?
Maria Helena de Oliveira Tricca,
compiladora da obra Apócrifos, Os Proscritos da Bíblia, diz: "Muitos dos
chamados textos apócrifos já fizeram parte da Bíblia, mas ao longo dos
sucessivos concílios acabaram sendo eliminados. Houve os que depois viriam a
ser beneficiado por uma reconsideração e tornariam a partilhar a Bíblia.
Exemplos: O Livro da Sabedoria, atribuído a Salomão, o Eclesiástico ou Sirac,
as Odes de Salomão, o Tobit ou Livro de Tobias, o Livro dos Macabeus e outros
mais. A maioria ficou definitivamente fora, como o famoso Livro de Enoch, o
Livro da Ascensão de Isaías e os Livros III e IV dos Macabeus."
Perguntamos: Quais foram os motivos
para excluir esses Livros das Santas Escrituras definitivamente? Será que os
"santos padres" daquela época se achavam superiores aos Apóstolos e
mártires que vivenciaram de perto os acontecimentos relacionados a Cristo e ao
judaísmo? De que poder esses mesmos "santos padres" se revestiam a
ponto de afirmarem que alguns Textos Evangélicos não representavam os
ensinamentos e a Palavra de Deus?
Visando maiores esclarecimentos,
sugerimos, para aqueles que desejam aprofundar-se no assunto, uma leitura dos
Livros que tratam com mais detalhe esse tema, os quais podem ser
encontrados no Site
Submarino:
Existem mais de 60 evangelhos
apócrifos, como os de Tomé, de Pedro, de Felipe, de Tiago, dos Hebreus, dos
Nazarenos, dos Doze, dos Setenta, etc. Foi um bispo quem escolheu, no século
IV, os 27 textos do atual Novo Testamento. Em relação ao Antigo Testamento, o
problema só foi definitivamente resolvido no ano de 1546, durante o Concílio de
Trento. Depois de muita controvérsia, acalorados debates e até luta física
entre os participantes, o Concílio decretou que os livros 1 e 2 de Esdras e a
Oração de Manassés sairiam da Bíblia. Em compensação, alguns textos apócrifos
foram incorporados aos livros canônicos, como o livro de Judite (acrescido em
Ester), os livros do Dragão e do Cântico dos Três Santos Filhos (acrescidos em
Daniel) e o livro de Baruque (contendo a Epístola de Jeremias).
Os católicos não foram unânimes quanto
a inspiração divina nesses livros. No Concílio de Trento houve luta corporal
quando este assunto foi tratado. Lorraine Boetner (in Catolicismo Romano) cita
o seguinte: "O papa Gregório, o grande, declarou que primeiro Macabeus, um
livro apócrifo, não é canônico. O cardeal Ximenes, em sua Bíblia poliglota,
exatamente antes do Concílio de Trento, exclui os apócrifos e sua obra foi
aprovada pelo papa Leão X. Será que estes papas se enganaram? Se eles estavam
certos, a decisão do Concílio de Trento estava errada. Se eles estavam errados,
onde fica a infalibilidade do papa como mestre da doutrina?"
No inicio do cristianismo, os
evangelhos eram em número de 315, sendo posteriormente reduzidos para 4, no
Concílio de Nicéia. Tal número, indica perfeitamente as várias formas de
interpretação local das crenças religiosas da orla mediterrânea, acerca da
idéia messiânica lançada pelos sacerdotes judeus. Sem dúvida, este fato deve
ter levado Irineu a escrever o seguinte: "Há apenas 4 Evangelhos, nem mais
um, nem menos um, e que só pessoas de espírito leviano, os ignorantes e os
insolentes é que andam falseando a verdade". Disse isso, mesmo diante dos
acontecimentos acima relatados e que eram de conhecimento geral.
Havia então, os Evangelhos dos
Naziazenos, dos Judeus, dos Egípcios, dos Ebionistas, o de Pedro, o de Barnabé,
entre outros, 03 dos quais foram queimados, restando apenas os 4 “sorteados” e
oficializados no Concílio de Nicéia.
Celso, erudito romano, contemporâneo de
Irineu, entre os anos 170 e 180 D.C, disse: "Certos fiéis modificaram o
primeiro texto dos Evangelhos, três, quatro e mais vezes, para poder assim
subtraí-los às refutações".
Foi necessária uma cuidadosa triagem de
todos eles, visando retirar as divergências mais acentuadas, sendo adotada a de
Hesíquies, de Alexandria; e de Pânfilo, de Cesaréía e a de Luciano, de
Antióquia. Mesmo assim, só na de Luciano existem 3.500 passagens redigidas diferentemente.
Disso resulta que, mesmo para os Padres da Igreja, os Evangelhos não são fonte
segura e original.
Os Evangelhos que trazem a palavra
"segundo", que em grego é "cata", não vieram diretamente
dos pretensos evangelistas.
A discutível origem dos Evangelhos,
explica porque os documentos mais antigos não fazem referência à vida terrena
de Jesus.
Não é razoável supor que uma
"palavra divina" possa ser alterada assim tão fácil e impunemente por
mãos humanas. Que fique na dependência de ser julgada boa ou má por juízes e
dignitários eclesiásticos.
Só me foi possível escrever este livro
através dos conceitos que pude assimilar da obra Na Luz da Verdade, a Mensagem
do Graal de Abdruschin. (Segundo o Dic. Aurélio: Graal – Vaso Santo de
esmeralda que segundo a tradição corrente nos romances de cavalaria, teria
servido a Cristo na última Ceia, e no qual José de Arimateia haveria recolhido
o Sangue que de Cristo jorrou quando o centurião lhe desferiu a lança).
Como vá vimos no artigo "Qual a importância dos apócrifos?",
existem alguns livros escritos antes ou pouco depois de Cristo que tinham como
intenção figurar como Escritura Sagrada.
Mas, pelo Magistério da Igreja e assistência
do Espírito Santo, esses livros espúrios foram definitivamente afastados,
restando apenas o cânon bíblico que guardamos até hoje. Por esse motivo, muitos
desapareceram, outros sobreviveram em uma ou outra comunidade antiga, ou,
ainda, em traduções, fragmentos ou citações.
A seguir, apresentamos uma lista exaustiva de livros apócrifos do Antigo
e do Novo Testamento que, embora longa,
provavelmente não esgota todos os livros escritos ou existentes, porém, bem
demonstra a quantidade de livros escritos com a intenção de
"completar" a Bíblia.
Incluímos também, ao final, os manuscritos encontrados em Qumran, nas
grutas do Mar Morto, que foram escritos ou preservados por uma comunidade que
vivia nesse deserto separada dos grupos religiosos da Palestina do tempo de
Jesus (Saduceus, Fariseus, Samaritanos, etc.). Esse grupo, denominado Essênio,
como podemos ver, considerava o Antigo Testamento como Escritura Sagrada
(inclusive os deuterocanônicos), mas tinha como característica própria seguir
ainda outros "livros sagrados".
Portanto, temos como apócrifos as
seguintes obras:
ANTIGO TESTAMENTO
1. Apocalipse de Adão
2. Apocalipse de Baruc
3. Apocalipse de Moisés
4. Apocalipse de Sidrac
5. As Três Estelas de Seth
6. Ascensão de Isaías
7. Assunção de Moisés
8. Caverna dos Tesouros
9. Epístola de Aristéas
10. Livro dos Jubileus
11. Martírio de Isaías
12. Oráculos Sibilinos
13. Prece de Manassés
14. Primeiro Livro de Adão e Eva
15. Primeiro Livro de Enoque
16. Primeiro Livro de Esdras
17. Quarto Livro dos Macabeus
18. Revelação de Esdras
19. Salmo 151
20. Salmos de Salomão (ou Odes de
Salomão)
21. Segundo Livro de Adão e Eva
22. Segundo Livro de Enoque (ou Livro
dos Segredos de Enoque)
23. Segundo Livro de Esdras (ou Quarto
Livro de Esdras)
24. Segundo Tratado do Grande Seth
25. Terceiro Livro dos Macabeus
26. Testamento de Abraão
27. Testamento dos Doze Patriarcas
28. Vida de Adão e Eva
NOVO TESTAMENTO
1. A Hipostase dos Arcontes
2. (Ágrafos Extra-Evangelhos)
3. (Ágrafos de Origens Diversas)
4. Apocalipse da Virgem
5. Apocalipse de João o Teólogo
6. Apocalipse de Paulo
7. Apocalipse de Pedro
8. Apocalipse de Tomé
9. Atos de André
10. Atos de André e Mateus
11. Atos de Barnabé
12. Atos de Filipe
13. Atos de João
14. Atos de João o Teólogo
15. Atos de Paulo
16. Atos de Paulo e Tecla
17. Atos de Pedro
18. Atos de Pedro e André
19. Atos de Pedro e Paulo
20. Atos de Pedro e os Doze Apóstolos
21. Atos de Tadeu
22. Atos de Tomé
23. Consumação de Tomé
24. Correspondência entre Paulo e
Sêneca
25. Declaração de José de Arimatéia
26. Descida de Cristo ao Inferno
27. Discurso de Domingo
28. Ditos de Jesus ao rei Abgaro
29. Ensinamentos de Silvano
30. Ensinamentos do Apóstolo Tadeu
31. Ensinamentos dos Apóstolos
32. Epístola aos Laodicenses
33. Epístola de Herodes a Pôncio
Pilatos
34. Epístola de Jesus ao rei Abgaro (2
versões)
35. Epístola de Pedro a Filipe
36. Epístola de Pôncio Pilatos a
Herodes
37. Epístola de Pôncio Pilatos ao
Imperador
38. Epístola de Tibério a Pôncio
Pilatos
39. Epístola do rei Abgaro a Jesus
40. Epístola dos Apóstolos
41. Eugnostos, o Bem-Aventurado
42. Evangelho Apócrifo de João
43. Evangelho Apócrifo de Tiago
44. Evangelho Árabe de Infância
45. Evangelho Armênio de Infância
(fragmentos)
46. Evangelho da Verdade
47. Evangelho de Bartolomeu
48. Evangelho de Filipe
49. Evangelho de Marcião
50. Evangelho de Maria Madalena (ou
Evangelho de Maria de Betânia)
51. Evangelho de Matias (ou Tradições
de Matias)
52. Evangelho de Nicodemos (ou Atos de
Pilatos)
53. Evangelho de Pedro
54. Evangelho de Tome o Dídimo
55. Evangelho do Pseudo-Mateus
56. Evangelho do Pseudo-Tomé
57. Evangelho dos Ebionitas (ou
Evangelho dos Doze Apóstolos)
58. Evangelho dos Egípcios
59. Evangelho dos Hebreus
60. Evangelho Secreto de Marcos
61. Exegese sobre a Alma
62. Exposições Valentinianas
63. (Fragmentos Evangélicos Conservados
em Papiros)
64. (Fragmentos Evangélicos de Textos
Coptas)
65. História de José o Carpinteiro
66. Infância do Salvador
67. Julgamento de Pôncio Pilatos
68. Livro de João o Teólogo sobre a
Assunção da Virgem Maria
69. Martírio de André
70. Martírio de Bartolomeu
71. Martírio de Mateus
72. Morte de Pôncio Pilatos
73. Natividade de Maria
74. O Pensamento de Norea
75. O Testemunho da Verdade
76. O Trovão, Mente Perfeita
77. Passagem da Bem-Aventurada Virgem
Maria
78. "Pistris Sophia"
(fragmentos)
79. Prece de Ação de Graças
80. Prece do Apóstolo Paulo
81. Primeiro Apocalipse de Tiago
82. Proto-Evangelho de Tiago
83. Retrato de Jesus
84. Retrato do Salvador
85. Revelação de Estevão
86. Revelação de Paulo
87. Revelação de Pedro
88. Sabedoria de Jesus Cristo
89. Segundo Apocalipse de Tiago
90. Sentença de Pôncio Pilatos contra
Jesus
91. Sobre a Origem do Mundo
92. Testemunho sobre o Oitavo e o Nono
93. Tratado sobre a Ressurreição
94. Vingança do Salvador
95. Visão de Paulo
ESCRITOS DE QUMRAN
1. A Nova Jerusalém (5Q15)
2. A Sedutora (4Q184)
3. Antologia Messiânica (4Q175)
4. Bênção de Jacó (4QPBl)
5. Bênçãos (1QSb)
6. Cânticos do Sábio (4Q510-4Q511)
7. Cânticos para o Holocausto do Sábado
(4Q400-4Q407/11Q5-11Q6)
8. Comentários sobre a Lei
(4Q159/4Q513-4Q514)
9. Comentários sobre Habacuc (1QpHab)
10. Comentários sobre Isaías
(4Q161-4Q164)
11. Comentários sobre Miquéias (1Q14)
12. Comentários sobre Naum (4Q169)
13. Comentários sobre Oséias
(4Q166-4Q167)
14. Comentários sobre Salmos
(4Q171/4Q173)
15. Consolações (4Q176)
16. Eras da Criação (4Q180)
17. Escritos do Pseudo-Daniel
(4QpsDan/4Q246)
18. Exortação para Busca da Sabedoria
(4Q185)
19. Gênese Apócrifo (1QapGen)
20. Hinos de Ação de Graças (1QH)
21. Horóscopos (4Q186/4QMessAr)
22. Lamentações (4Q179/4Q501)
23. Maldições de Satanás e seus
Partidários (4Q286-4Q287/4Q280-4Q282)
24. Melquisedec, o Príncipe Celeste
(11QMelq)
25. O Triunfo da Retidão (1Q27)
26. Oração Litúrgica (1Q34/1Q34bis)
27. Orações Diárias (4Q503)
28. Orações para as Festividades
(4Q507-4Q509)
29. Os Iníquos e os Santos (4Q181)
30. Os Últimos Dias (4Q174)
31. Palavras das Luzes Celestes (4Q504)
32. Palavras de Moisés (1Q22)
33. Pergaminho de Cobre (3Q15)
34. Pergaminho do Templo (11QT)
35. Prece de Nabonidus (4QprNab)
36. Preceito da Guerra (1QM/4QM)
37. Preceito de Damasco (CD)
38. Preceito do Messianismo (1QSa)
39. Regra da Comunidade (1QS)
40. Rito de Purificação (4Q512)
41. Salmos Apócrifos (11QPsa)
42. Samuel Apócrifo (4Q160)
43. Testamento de Amran (4QAm)
OUTROS ESCRITOS
1. História do Sábio Ahicar
2. Livro do Pseudo-Filon
Fonte: Wikipédia
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